FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Em um CONTEXTO, o EMISSOR elabora uma MENSAGEM, por meio de um CÓDIGO, veiculada por um CANAL, destinada a um RECEPTOR.
Assim, temos os seguintes elementos da comunicação:
A linguagem pode ser usada de diferentes formas pelo emissor de uma mensagem durante o processo de comunicação. Por vezes, uma mensagem nos adverte, outras vezes nos informa, outras, ainda, nos emociona. A linguagem tem, pois, diferentes funções.
Neste módulo, analisaremos as seguintes funções da linguagem:
1) Função Referencial, cujo elemento centralizador é o contexto:
A função referencial ou denotativa ou informativa ou cognitiva é a linguagem da informação. Presente nos textos jornalísticos, científicos, dissertações, teses, etc.
Exemplos:
2) Função Emotiva, cujo elemento centralizador é o emissor:
Quando o emissor revela seus sentimentos, suas opiniões por meio da comunicação, temos a função emotiva ou expressiva dalinguagem. É a marca subjetiva do emissor. Função presente nas cartas de amor, nos memoriais, nos artigos críticos, nos diários etc. Predomina a primeira pessoa.
Exemplos:
(Adélia Prado)
(Clarice Lispector)
(Gislaine Buosi)
3) Função Conativa, cujo elemento centralizador é o receptor:
A função conativa, imperativa, exortativa ou apelativa da linguagem consiste em chamar a atenção do receptor da mensagem, através de uma ordem ou um pedido. Utilizada em propagandas. Costumeiramente, empregam-se o vocativo e os verbos no imperativo.
Exemplos:
4) Função Fática, cujo elemento centralizador é o canal:
Função que testa a eficiência de um canal ou mantém/prolonga o contato entre dois ou mais falantes.
Exemplos:
— Chove hoje?
5) Função Poética, cujo elemento centralizador é a mensagem:
Preocupa-se com a organização da mensagem, por meio da seleção de palavras, dos efeitos sonoros e outras criações de figuras de estilo. É utilizada principalmente em textos literários.
Exemplos:
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro e afável ao paladar
como beijo de moça, água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar não foi feito por mim.
Este açúcar veio da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio, e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos
plantaram e colheram a cana que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
(Ferreira Gullar)
Importante: Uma mesma mensagem pode contar mais de uma função. No poema acima, predomina a função poética, mas encontramos também as funções emotiva e referencial.
Notemos também que, antes, o açúcar foi alvo de um texto de caráter informativo, referencial, e aqui o açúcar ganhou ênfase poética.
Outro exemplo:
Colar de Carolina
Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.
O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.
E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral.
(Cecília Meireles)
Importante: todo texto escrito em versos tem, além de outras, função poética. Entretanto, detecta-se a função poética também em textos em prosa – é o que chamamos de prosa poética, visto a preocupação do escritor em adornar a mensagem, notadamente com a produção de figuras de estilo. É o que constatamos a seguir, no fragmento colhido de Gislaine Buosi:
O tempo corre outro, sem relógios, sem marca-passos. Inácio Ramos envelhece, desimportante, enquanto a selva se renova, dia-a-dia, sábia e soberba, como se vigiasse toda a criação. A selva está há décadas, séculos. Perpétua. Gerações vêm e vão. A selva assiste ao nascimento e à morte delas. E dá flores e frutos e sementes e sombra. Ah! Quisera Inácio Ramos ser raiz fincada ao barranco, crescendo nos alicerces do planeta, suspiros longos e subtérreos. Mergulho no escuro calor da terra.
6) Função Metalinguística, cujo elemento centralizador é o código:
Metalinguagem é a utilização do código para falar dele mesmo, ou seja, um escritor falando sobre o ato de escrever; uma fotografia de uma fotografia; um filme sobre a produção cinematográfica. O dicionário é o maior exemplo de metalinguagem.
Exemplos:
(Graciliano Ramos)
(Graciliano Ramos)
(Gislaine Buosi)
(Bartholomeu Campos de Queirós)
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