A doação de órgãos é um assunto de extrema importância e que pode salvar vidas. No Brasil, embora sejamos referência em pesquisas científicas e recursos tecnológicos na área, ainda há muito a ser feito para aumentar o número de doadores. Neste artigo, discutiremos estratégias para enfrentar esse desafio e promover a conscientização sobre a doação de órgãos.
Atualmente, o Brasil realiza milhares de transplantes todos os anos, batendo recordes em transplantes de fígado, coração, córneas e células da medula óssea. No entanto, quando comparamos nossos números com países como a Espanha, percebemos que ainda temos muito a avançar. Enquanto o Brasil registra cerca de 15 doadores efetivos por milhão de habitantes, a Espanha marca 40 doadores por milhão. A legislação espanhola prevê que todas as pessoas falecidas sejam doadoras, a menos que haja alguma declaração contrária deixada pela própria pessoa falecida. Essa é uma das razões pelas quais o número de doadores no Brasil não aumenta como o esperado.
Um dos principais obstáculos para o aumento do número de doadores é a resistência familiar. Mesmo quando o próprio indivíduo expressou o desejo de ser doador, a família muitas vezes se opõe à doação. Isso ocorre porque a legislação brasileira estabelece que a família é responsável por decidir sobre a remoção de órgãos para transplante, independentemente de qualquer manifestação prévia do falecido. Muitas famílias desconhecem os procedimentos e têm dúvidas sobre a morte encefálica, que é o momento ideal para a remoção de órgãos. Além disso, questões religiosas também podem influenciar na decisão da família.
Outro desafio é a falta de infraestrutura médico-hospitalar adequada em algumas regiões do país. Embora os grandes centros urbanos tenham recursos e equipes especializadas em remoção e transplante de órgãos, em outras áreas ainda há carência nesse sentido. Em 2016, houve avanços nesse aspecto, com a disponibilização de aviões da Força Aérea Nacional para o transporte de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para transplantes. No entanto, ainda há muito a ser feito para garantir que todas as regiões tenham acesso a essa infraestrutura.
As consequências desse cenário são preocupantes. Milhares de pessoas estão na lista de espera por um órgão, sendo que muitas delas não sobrevivem tempo suficiente para receber o transplante necessário. Em fevereiro de 2024, havia mais de 38 mil pessoas aguardando por um rim no Brasil. Além disso, a demora nos transplantes gera altos custos para o sistema de saúde, sobrecarregando hospitais e equipes médicas. Os pacientes e suas famílias enfrentam uma jornada difícil, com impactos na qualidade de vida física e emocional.
Diante desse panorama, é fundamental que sejam adotadas intervenções sociais para aumentar o número de doadores. Uma proposta é discutir e aprovar projetos de lei que estabeleçam a obrigatoriedade da doação de órgãos, exceto nos casos em que haja uma declaração contrária deixada pelo falecido. Isso agilizaria o processo de transplante e permitiria que mais pessoas na fila de espera recebessem o órgão necessário. Além disso, é importante utilizar as mídias digitais como ferramenta de conscientização, divulgando campanhas educativas aprovadas pelo Ministério da Saúde. A disseminação de informações sobre a importância da doação de órgãos pode ajudar a quebrar tabus e incentivar mais pessoas a se tornarem doadoras. É fundamental lembrar que a vida é um direito fundamental e inalienável, e a doação de órgãos é um gesto de amor e solidariedade que pode fazer a diferença na vida de muitas pessoas.
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