Diferentemente do que ocorre em outros vestibulares e até mesmo no Enem, a redação da Unicamp não adianta ao candidato o gênero textual a ser desenvolvido, o que, sem dúvida, leva professores à obrigatoriedade de lidarem, ao longo do Ensino Médio, com os diversos gêneros textuais utilizados não só no mundo acadêmico, mas também nas relações cotidianas – afinal, quem nunca precisou escrever uma carta ou quem nunca ouviu um discurso político?
Os temas da redação privilegiam o contexto sócio-político, o que leva o candidato a preparar-se não apenas com a leitura de jornais, como também de Literatura.
Nos últimos anos, as situações de produção textual abarcaram os seguintes gêneros: carta-convite, síntese, resenha crítica, texto de divulgação científica, carta do leitor, texto para campanha, artigo de opinião, palestra, abaixo-assinado, texto para postagem na internet, crônica, texto para podcast, diário, discurso político, post e manifesto. E esse ano – qual serão os gêneros? Que tal um ARTIGO DE OPINIÃO? Que tal uma CRÔNICA?
A equipe da Plataforma Redigir, sempre atenta, propõe uma série de temas, nos mais diversos gêneros textuais. Vale a pena conferir!
Leia abaixo um ARTIGO DE OPINIÃO, sobre o tema: O papel da literatura na sociedade contemporânea”.
A Literatura há de sair do papel
O material didático, geralmente, registra apenas o empoeirado da Literatura
Por Gislaine Buosi
A maior parte dos estudantes do Ensino Médio sabe que Machado de Assis inaugurou o Realismo no Brasil, com a obra Memórias Póstumas de Brás Cubas; os mais atentos ainda pontuarão que isso aconteceu em 1881. Todavia, o que há nas cento e poucas páginas desse romance é pergunta que não se deve fazer, exatamente, à maior parte dos estudantes do EM. Isso porque, há tempos, o estudo da Literatura reduziu-se à memorização de nomes, títulos e datas, tudo criteriosamente enlatado, com o intuito de garantir o ingresso do aluno secundarista ao curso universitário. Há, inclusive, quem diga que a Literatura deva ser rebatizada – quem sabe, ao menos, a curiosidade fizesse com que alguém batesse às portas da disciplina e indagasse: “O que é isso? Tem alguma coisa a ver com os eleições? Com a descoberta da cura do câncer? Com a final da Copa do Mundo?”
Sim. A Literatura, caleidoscópica como ela só, dialoga de perto com as questões sociais, ainda que haja quem a focalize sem quaisquer laços com a história contemporânea e a passadista, com a política e o câmbio, com a ciência e a tecnologia. Pobres daqueles que nada fazem, a não ser a leitura seca de materiais didáticos regulares, que, muitas vezes, registram apenas o empoeirado da Literatura!
Comprovar a intimidade entre Literatura e espaço sideral é fácil. No Brasil: Os Sertões, do pré-modernista Euclides da Cunha, é espelho da Guerra de Canudos – isso na prosa, que desliza entre documento e ficção. Na poesia, as Grandes Guerras foram focalizadas, com rosa e náusea, por Drummond; as consequências do pós-guerra, tais como a miséria e a discriminação, bem desenhadas por João Cabral de Melo Neto. Todavia isso precisa ser, de fato, descoberto e degustado por professores e alunos, por físicos e astrônomos, por bibliotecários e internautas – caso contrário, a Literatura pode passar despercebida. Desse modo, é preciso um olhar mais sensível não só à Literatura já impressa, mas também – e principalmente – àquela a ser impressa, com as inquietações sociais pós-eleições que, sem dúvida, são matéria-prima para a poesia lírico-social. A qualquer custo, a Literatura precisa sair e entrar no papel.
A gente vai se falando…
Prof.ª Gislaine Buosi
Produção e Curadoria de Conteúdo
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