Dicas para implementar um sistema de apoio escolar em uma instituição de ensino

Alunos e responsáveis confiarem na instituição de ensino (IE) em que estão inseridos é um passo essencial para a gestão escolar garantir bons resultados. Por conta disso, é necessário que a IE conte com um sistema de apoio escolar bem estruturado e que, de fato, atenda às necessidades estudantis.

Ter uma proposta pedagógica consciente e voltada para metodologias bem aplicadas ajuda não só professores e alunos, como também contribui para a promoção da instituição. Dessa forma, implementar tal estratégia é mais uma ferramenta eficaz para a captação de novos alunos.

No entanto, acima de tudo, antes mesmo da busca por novos clientes, uma instituição de ensino precisa priorizar o desenvolvimento dos atuais alunos. Pensando nessa questão, separamos algumas dicas de como implementar um bom sistema de apoio escolar. Vamos conferir boas práticas para sua gestão educacional?

Como melhorar o sistema de apoio escolar?

Já deu para perceber a importância de se ter uma cultura voltada para o apoio escolar, não é mesmo? Portanto, agora vamos lhe apresentar ações que sua IE deve realizar para entregar um serviço qualificado para alunos e responsáveis.

No episódio 5 do podcast Aula Magna Redigir, o professor Rafael Barroso explicou conceitos interessantes da prática de implementação de um sistema de apoio escolar. A seguir, você conhece e compreende como funciona cada uma dessas estratégias:

Monitoramento constante de alunos

Primeiramente, vamos falar sobre a análise do comportamento acadêmico dos estudantes. Esse monitoramento é indispensável para a definição das estratégias que serão tomadas, baseando-se no desempenho e no desenvolvimento dos alunos da instituição.

Nesse sentido, tal acompanhamento não deve ser feito apenas pelos professores. Isso porque é recomendado ter um departamento específico para esse trabalho – muitas vezes, denominado Orientação Pedagógica. Assim, é dever da gestão escolar demonstrar senso de preocupação tanto com os resultados dos alunos quanto com o grau de evolução dos mesmos.

Não que seja possível para qualquer instituição de ensino, mas ter um número pequeno de estudantes por sala permite um monitoramento mais qualificado. Ou seja, com menos alunos para atender em uma classe, os professores podem focar mais no aprendizado de cada um, de forma individualizada.

Outros elementos necessários para um acompanhamento do desempenho dos estudantes são:

• feedback constante;
• análise de dados coletados;
• discussão com os professores.

Logo, entende-se que a instituição de ensino necessita de uma cultura pedagógica voltada para boas metodologias de apoio escolar. Por exemplo, o estímulo a conversas agregadoras com os alunos. E isso não deve acontecer somente quando as notas estiverem abaixo do esperado, mas sim projetando um diagnóstico completo de cada um dos educandos.

Além disso, a aplicação frequente de simulados e redações é indispensável para a gestão escolar monitorar com eficiência os resultados dos estudantes. Tais avaliações, inclusive, são mais valorizadas do que o próprio Exame Nacional do Ensino Médio, por exemplo. Isso porque o ENEM conjectura a etapa final dos alunos no colégio. Porém, o foco da IE que busca eficiência no sistema de apoio escolar não pode ser apenas nos resultados, mas sim na evolução dos estudantes.

Divisão de coordenações por áreas de conhecimento

Rafael, que é professor de Língua Portuguesa e coordenador de Letras do Colégio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima (Goiânia), também destaca a separação coordenativa. Isso significa que, para o convidado do podcast, é interessante a IE separar sua gestão em departamentos, divididos de acordo com as áreas do conhecimento.

Uma possibilidade é seguir as áreas propostas pelo ENEM: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática e Linguagens. Entretanto, há instituições – incluindo a Nossa Senhora de Fátima – que possuem um departamento específico para línguas estrangeiras. No caso do colégio de Rafael, há a coordenação de Inglês.

Além disso, mostra-se fundamental uma gestão escolar estar bem definida quanto às funções de sua equipe. Pensando nisso, separamos uma distribuição de cargos recomendada para o corpo docente de uma IE:

• Coordenador(a) pedagógico(a): responsável por um olhar mais geral do desempenho acadêmico dos alunos;
• Orientador(a) pedagógico(a): realiza a intermediação com estudantes e responsáveis e analisa resultados de desenvolvimento;
• Coordenador(a) de área: é quem lida com as dificuldades de uma área específica por parte dos alunos, discute os processos com os professores e analisa avaliações e métodos de ensino do seu setor;
• Professor(a): responsável por acompanhar diretamente a aprendizagem dos alunos em sala de aula e abastecer a coordenação com feedbacks sobre os estudantes. Os professores recebem orientação dos coordenadores de área.

Disponibilidade para alunos

Outra questão importantíssima para a consolidação de um bom projeto de apoio escolar se refere à relação entre escola e aluno. Mostrar-se aberta para ouvir o outro lado é imprescindível para a gestão escolar.

E isso deve mostrar-se presente desde os membros coordenativos até os professores em salas de aula. Os docentes devem disponibilizar-se para eles tanto frente às classes como um todo quanto em momentos particulares com cada aluno.

Nesse sentido, Rafael Barroso aconselha também as monitorias e aulas extras, pois elas são boas estratégias para focar nos alunos mais necessitados academicamente. Dessa forma, a gestão escolar precisa estar bem estruturada e organizada para que seja possível convocar professores para atividades fora do horário das aulas regulares.

Um desafio para o plano de ensino é encontrar o equilíbrio entre cumprir o (extenso) conteúdo didático e o atendimento especializado aos alunos. Para isso, a melhor alternativa é confiar nos professores e lhe conceder liberdade organizacional. Bons profissionais da área acadêmica saberão dosar a solução de problemas específicos dos estudantes em meio à vasta matéria letiva que precisa ser passada em sala.

Transparência na relação com os responsáveis

Depois de organizar o atendimento aos alunos e saber como realizar o monitoramento deles, é necessário compreender de que forma deve ser conduzida a relação com os responsáveis. Até porque, ainda mais quando se trata de menores de idade, o grau de responsabilidade do cuidado com os pais dos jovens é alto.

Portanto, mantenha uma relação transparente com os responsáveis. Ou seja, estabeleça canais de comunicação e demonstre ser uma gestão escolar que se importa com o rendimento e o bem-estar dos alunos. Priorize o atendimento a pais de estudantes que não apresentam bons resultados. Dessa maneira, sua IE mostra-se interessada em qualificá-los e melhorar os resultados acadêmicos.

Ademais, adotar diferentes tons de acordo com as séries da escola também é uma boa prática. Em outras palavras, é totalmente válido, por exemplo, tratar o ensino médio com mais autonomia para os alunos. Isso significa que, para essa faixa etária, coordenadores e professores podem dar mais liberdade para os próprios estudantes correrem atrás de possíveis dúvidas e demais questões. E isso precisa ficar claro para os responsáveis.

Antes de qualquer coisa, uma relação transparente significa deixar claro qual é a cultura pedagógica da instituição de ensino e como as filosofias acadêmicas são praticadas. Assim, demonstrando que todos os setores (coordenação, direção, professores etc.) estão alinhados com a metodologia proposta, a gestão escolar garante um bom sistema de apoio escolar.