A integração da Inteligência Artificial (IA) na sociedade brasileira é um tema que desperta interesse e debate, especialmente no contexto educacional e social do país. Este assunto, além de ser atual e relevante, possui potencial para ser abordado na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), uma vez que se alinha com os eixos temáticos de ordem social, científica, cultural e política, conforme destacado na Cartilha do Participante do exame. A presença crescente da Inteligência Artificial em diversas esferas, como na educação e na gestão de alertas climáticos, evidencia a necessidade de discutir como essa tecnologia pode ser democratizada e integrada de maneira eficaz em diferentes camadas sociais. O desafio não se restringe apenas ao avanço tecnológico, mas também à maneira como a sociedade se adapta a essas inovações, promovendo uma sinergia entre o capital humano e as ferramentas tecnológicas. Este é o ponto de partida para uma reflexão mais profunda sobre os impactos e as oportunidades que a IA oferece, e como ela pode ser utilizada para o benefício coletivo. A discussão sobre esse tema é essencial para a formação de cidadãos críticos e conscientes, capazes de compreender e interagir com as transformações tecnológicas de maneira responsável e inclusiva.
A redação do ENEM é uma etapa crucial para os candidatos, exigindo não apenas conhecimento sobre temas atuais, mas também habilidades específicas que são avaliadas por meio de cinco competências. Cada uma dessas competências é avaliada em até 200 pontos, totalizando 1000 pontos, e compreender o que cada uma delas representa é essencial para alcançar uma boa pontuação. A seguir, são detalhadas cada uma dessas competências, oferecendo um guia para que os candidatos possam se preparar adequadamente.
1. Domínio da Norma Culta
A primeira competência avalia o domínio da norma culta da língua portuguesa. Isso envolve a correta aplicação de regras gramaticais, como ortografia, morfologia, sintaxe de concordância e regência. O uso formal do idioma é essencial, evitando-se coloquialismos, gírias e cacoetes de linguagem. É importante ressaltar que a escrita formal não implica no uso de palavras difíceis ou rebuscadas, mas sim na clareza e na correção. A simplicidade aliada à precisão é o segredo para uma escrita elegante e eficaz.
2. Compreensão do Tema, Tipo e Repertório Sociocultural
A segunda competência verifica a capacidade do candidato de compreender o tema proposto, adequar-se ao tipo textual exigido e utilizar um repertório sociocultural pertinente. Tangenciar ou fugir do tema pode resultar em penalizações significativas. A dissertação argumentativa requer que o candidato combine informações e argumentação de forma equilibrada, com predominância da argumentação. O repertório sociocultural deve ser relevante e legitimado, incorporando referências que dialoguem com o tema de maneira coerente.
3. Seleção e Organização de Argumentos
Na terceira competência, o foco está na habilidade do candidato de selecionar, organizar e relacionar argumentos de maneira coerente. Isso envolve a escolha de fatos, causas, consequências e exemplos que sustentem a tese apresentada. A organização do texto deve ser clara, com uma introdução que apresente o tema e a tese, seguida por parágrafos de desenvolvimento que explorem os argumentos, e uma conclusão que ofereça uma proposta de intervenção. A estrutura coesa facilita a leitura e compreensão do texto.
4. Conhecimento dos Recursos Coesivos
A quarta competência avalia o uso adequado de mecanismos de coesão, como conjunções, pronomes e preposições. A coesão deve ser verificada tanto entre parágrafos (coesão interparágrafos) quanto dentro de cada parágrafo (coesão intraparágrafo). É importante evitar repetições excessivas e garantir que os parágrafos não sejam construídos com frases excessivamente longas, o que pode tornar o texto confuso. O equilíbrio entre períodos simples e compostos contribui para a clareza e fluidez do texto.
5. Proposta de Intervenção Social
Por fim, a quinta competência exige que o candidato apresente uma proposta de intervenção social para o problema discutido. Essa proposta deve incluir uma ação, um agente responsável, o modo ou meio de execução, a finalidade da intervenção e o detalhamento de pelo menos um desses elementos. A proposta deve ser viável e detalhada, demonstrando a capacidade do candidato de pensar em soluções práticas e eficazes para os desafios apresentados.
A integração da Inteligência Artificial (IA) na sociedade brasileira é um tema complexo e multifacetado, que exige uma análise cuidadosa e bem fundamentada. No contexto da redação do ENEM, abordar este tema requer não apenas a identificação dos desafios, mas também a problematização e a apresentação de soluções viáveis. Vamos explorar como estruturar essa discussão de maneira eficaz, utilizando repertório sociocultural e uma tese bem definida.
O recorte temático “Desafios para a integração da Inteligência Artificial na sociedade brasileira” sugere que o candidato analise os obstáculos e proponha caminhos para superá-los. No entanto, antes de oferecer soluções, é crucial problematizar o tema. Isso significa explorar as nuances e implicações da Inteligência Artificial em diferentes setores da sociedade, desde a educação até a economia, passando pela ética e pela política.
Um repertório sociocultural robusto é essencial para enriquecer a argumentação. Uma abordagem eficaz é iniciar com uma remissão histórica, contextualizando o desenvolvimento da IA. A indagação “As máquinas podem pensar?”, feita por Alan Turing na década de 1950, é um ponto de partida relevante que destaca o início da jornada da IA. Esse mergulho na história não apenas introduz o tema, mas também demonstra conhecimento interdisciplinar, incorporando elementos de História, Geopolítica e Filosofia.
Além disso, traçar paralelos entre as revoluções industriais dos séculos 18 e 19 e a revolução tecnológica do século 21 pode oferecer insights valiosos. Essas comparações ajudam a entender o impacto transformador da IA e a necessidade de adaptação e inovação contínuas.
A tese é o ponto de vista central que orienta a argumentação. Para este tema, uma tese possível é: “Com efeito, é tempo de cientistas, sociedade organizada e governos mobilizarem-se em favor das transições que se aceleram, a fim de compreenderem e prepararem-se para garantir o avanço sustentável da tecnologia.” Esta tese destaca a importância de uma abordagem colaborativa e proativa para enfrentar os desafios da IA, enfatizando o papel de diferentes atores sociais na promoção de um desenvolvimento tecnológico responsável e inclusivo.
A IA tem o potencial de atuar como um vetor significativo para a melhoria da qualidade de vida em várias esferas. Na área da saúde, a telemedicina, impulsionada pela IA, oferece diagnósticos mais rápidos e amplia o acesso a consultas médicas, especialmente para pacientes em locais remotos. Além disso, permite o monitoramento contínuo da saúde e contribui para a prevenção de doenças, tornando o sistema de saúde mais eficiente e acessível.
No campo ambiental, os sistemas inteligentes desempenham um papel crucial na previsão de desastres naturais, permitindo ações preventivas que podem salvar vidas e reduzir danos. A educação também se beneficia da IA, que aprimora o processo de ensino-aprendizagem ao identificar dificuldades dos alunos e otimizar o trabalho dos professores. Na segurança pública, algoritmos de IA são utilizados para prevenir crimes, planejar patrulhamentos e identificar criminosos, promovendo uma sociedade mais segura.
Esses exemplos demonstram como a IA pode pavimentar o caminho para uma sociedade mais conectada, saudável e segura, destacando a importância de sua integração nos diversos setores.
Apesar dos benefícios, a integração da IA não está isenta de desafios. Um dos principais obstáculos é a inclusão digital, que envolve mais do que apenas possuir um computador. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), metade da população brasileira possui um computador em casa, mas isso não garante inclusão digital efetiva. A inclusão requer também o acesso à internet e o domínio das ferramentas tecnológicas, elementos ainda escassos em muitas regiões, especialmente nas periferias, onde escolas enfrentam problemas como o fornecimento irregular de energia elétrica.
Outro desafio significativo é a literacia digital, que vai além do simples uso de dispositivos. Trata-se da habilidade de entender e utilizar a tecnologia de maneira crítica e segura. Muitos usuários, mesmo com acesso a computadores e internet, não estão preparados para discernir informações confiáveis das falsas, proteger seus dados pessoais ou compreender os impactos éticos das tecnologias.
Esses desafios ressaltam a necessidade de políticas públicas que promovam a inclusão digital e a educação tecnológica, preparando a população para lidar com as complexidades da era digital. A superação desses obstáculos é essencial para garantir que os benefícios da IA sejam amplamente distribuídos e que a sociedade brasileira possa aproveitar plenamente as oportunidades oferecidas por essa revolução tecnológica.
A integração plena e eficaz da Inteligência Artificial na sociedade brasileira requer mais do que uma compreensão dos desafios e benefícios; demanda ações concretas que possibilitem a inclusão e a participação ativa de todos os cidadãos no ecossistema tecnológico. Para enfrentar os desafios identificados e garantir que os benefícios da IA sejam amplamente distribuídos, é essencial implementar intervenções estratégicas que promovam o desenvolvimento tecnológico sustentável e inclusivo.
Assim:
Para vencer os desafios da integração da IA à sociedade, espera-se maior investimento público-privado na pasta da Ciência, Tecnologia e Inovações, com ampla fiscalização da aplicação do orçamento, a fim de que institutos educacionais sejam mais bem equipados, além do que estudantes, profissionais dos mais diversos segmentos e população em geral sejam eficientemente preparados e, quando for o caso, requalificados, por meio de cursos de formação continuada, para dominarem as ferramentas do universo tecnológico. Por fim, a literacia digital é um pilar necessário para a integração, o que assegura aos indivíduos não apenas o acesso, como também a participação ativa no ecossistema tecnológico.
Caso queiram conhecer, já está disponível no site uma dissertação modelo sobre esse tema.
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