O manifesto, gênero textual de caráter sócio-político, apropria-se do tipo dissertativo para expor, discutir, denunciar, atrair a opinião pública, incitando a comunidade a enfrentar a problemática ali tratada.
Como redigir um Manifesto?
Não há uma estrutura fixa a ser seguida. As argumentações do manifestante devem fundar-se em informações factuais. O vocabulário deve ser acessível. Geralmente, no corpo do manifesto, os verbos apresentam-se no presente do indicativo; no final, verbos no imperativo.
O manifesto é assinado pelo manifestante e, eventualmente, por pessoas que o apoiam – nesse caso, ganha caráter de abaixo-assinado.
O título do manifesto, geralmente, adianta a questão denunciada ou a causa defendida ao longo do texto.
O local e a data em que foi escrito o manifesto também precisam ser mencionados.
Exemplo de manifesto:
O manifesto a seguir, apesar de não conter data, foi considerado, pela Comvest, a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp, como um texto acima da média. Lembremos que uma das exigências da primeira banca, das duas bancas examinadoras, é a correta construção do gênero, da interlocução e do propósito:
MANIFESTO EM FAVOR DA SOCIEDADE VIRTUAL
Nós, estudantes da escola Hélio Cerqueira Leite, estamos aqui, perante pais, professores e também direção, para reivindicarmos nossos direitos em redes sociais!
O monitoramento feito pela escola, desde que comentários feitos através do Facebook em relação à baixa produtividade das aulas de matemática foram publicados, não justifica esse controle sobre nossas postagens, que são reflexos de nossa opinião.
Por isso, manifestamos para garantir a nossa liberdade virtual. Ou a escola tem poder sobre nós, até mesmo quando estamos fora dela? Também temos nossa vida pessoal, e esta inclui nossas opiniões e pensamentos.
Alunos, pais e até mesmo vocês, professores, juntem-se a nós por esta causa! Não podemos negar a sociedade virtual tão presente em nosso dia a dia. E quando eu digo “nosso”, é porque sei que não importa a qual grupo você faça parte, certamente está envolvido em redes sociais. Todos nós temos sim, o direito de publicar nossas opiniões virtualmente, sem que alguém nos controle!
Os comentários sobre as aulas foram apenas uma maneira que utilizamos para expor algo que pensamos sem dirigir-se diretamente à direção, ou seja, não cometemos nenhum erro a ponto de sermos vigiados virtualmente. Pensem nisso, e logo juntem-se a nós, estudantes!
Comentário daComvest:
Já no primeiro parágrafo, o propósito estabelecido no enunciado é cumprido: o porta-voz de um grupo de alunos se dirige aos pais, aos professores e à direção da escola para reivindicar seus direitos nas redes sociais. O evento é descrito no parágrafo seguinte: a escola passou a monitorar as redes sociais depois que alguns alunos postaram comentários sobre a baixa qualidade das aulas de matemática. A convocação da comunidade é feita de maneira adequada, servindo para caracterizar o texto como um manifesto. O autor opta por investir na reivindicação do direito de postar comentários na rede, afirmando, como forma de convencimento, que todos usam redes sociais.
http://www.comvest.unicamp.br/vest_anteriores/2012/download/comentadas/redacao.pdf
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