A inteligência artificial (IA) tem avançado rapidamente, e uma das áreas em que isso se torna evidente é a habilidade das máquinas de escrever textos. Com ferramentas de IA como ChatGPT e GPT4, é cada vez mais fácil para estudantes utilizarem esses recursos na produção de trabalhos acadêmicos, levantando preocupações sobre plágio, trapaça e autenticidade na escrita. Este post explora algumas opiniões e soluções apresentadas por professores e especialistas para enfrentar esse desafio, analisando as limitações dos detectores de IA, a mudança no processo de escrita, a incorporação da IA no ensino, o conhecimento da voz dos alunos e a adoção de avaliações alternativas.
Embora existam empresas como a Turnitin que afirmam ter soluções para detectar textos gerados por IA, a eficácia desses programas é questionável. Um professor que se tornou engenheiro de IA compartilhou no Reddit:
“Não há (e provavelmente nunca haverá) uma solução tecnológica infalível para esse problema. O gato saiu da bolsa agora. Empresas como Turnitin ou websites como GPTZero têm interesse em exagerar a eficácia de seus produtos, e nenhum deles é exatamente uma potência em pesquisa de IA. Eles não divulgam as métricas de precisão de seus detectores por um motivo: provavelmente são péssimas.”
Além disso, alguns usuários do Reddit relataram que, ajustando as configurações de perplexidade das ferramentas de IA, conseguem enganar os detectores. Um deles afirmou:
“Se você disser ao ChatGPT ‘use um nível de perplexidade de cerca de 600’, então a produção é tão lexicamente variada que engana o detector da OpenAI.”
Uma alternativa aos detectores de IA é modificar o processo de escrita dos estudantes. Algumas sugestões incluem fazer com que os alunos escrevam textos à mão em sala de aula ou utilizar ferramentas como o Google Docs, que registra o histórico de versões dos documentos. Dessa forma, os professores podem acompanhar o processo de escrita e identificar se houve cópia e colagem de trechos gerados por IA.
Um exemplo disso foi mencionado por um usuário do Reddit:
“O melhor é usar o Google Docs (ou um aplicativo com histórico rastreável). Basta ir ao histórico de versões. Torna-se facilmente aparente o que é escrita original e o que é copiado e colado. É ótimo porque você pode até identificar aqueles alunos que fazem um rascunho e depois vão ao dicionário de sinônimos para substituir palavras e tornar sua escrita mais complexa. Para mim, informá-los sobre o requisito tem sido um divisor de águas.”
Incorporando a IA no ensino
Outra abordagem é ensinar os alunos a usar a IA de maneira eficaz e responsável, em vez de tentar combatê-la. Nesse sentido, os estudantes podem ser encorajados a usar ferramentas de IA, desde que atribuam crédito às fontes e desenvolvam habilidades de pensamento crítico e compreensão do público-alvo. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio de documentos de projeto ou memos explicando as escolhas retóricas e a estrutura dos textos.
Um professor no Reddit compartilhou sua experiência:
“Em vez de tentar vigiar e punir meus alunos, estou tentando ensiná-los a usar a IA de maneira eficiente. Eles podem usar ferramentas de IA, mas têm que dar crédito às palavras de outras pessoas. Também exijo documentos de planejamento/memos que expliquem suas escolhas retóricas, seu entendimento do público e a coerência, clareza e coesão de seus documentos. O objetivo, no final, é que eles produzam algum tipo de conhecimento novo e que esse conhecimento seja efetivamente transmitido.”
Conhecendo a voz dos alunos
Outra estratégia destacada pelos professores é conhecer a voz e o estilo de escrita dos alunos. Ao acompanhar a evolução dos estudantes e reconhecer suas habilidades e limitações, fica mais fácil identificar quando um texto foge do padrão esperado. Porém, essa abordagem pode ser mais difícil em ambientes universitários com um grande número de alunos.
Um professor compartilhou sua experiência no Reddit:
“Muito para seu desgosto, meus alunos fazem muita escrita em sala de aula antes de trabalharmos em textos mais longos no computador. Conheço suas vozes e o que são capazes ou não capazes de fazer. Então, se de repente começarem a produzir trabalhos extraordinários ou genéricos sem muitos de seus erros particulares, sei o que está acontecendo.”
Avaliações alternativas
Por fim, outra solução é repensar as formas de avaliação. Projetos de pesquisa com registros em vídeo ou foto, apresentações ao vivo e outras formas de demonstração de habilidades podem ser adotados em vez de trabalhos escritos. Dessa forma, os alunos são avaliados com base em seu conhecimento e esforço real, e não apenas em textos que podem ou não ser autênticos.
Um usuário do Reddit comentou sobre sua experiência como professor de teatro e a dificuldade de trapacear em apresentações ao vivo:
“Eu adoro ensinar teatro porque você não pode trapacear na performance, todo o seu esforço é ao vivo e demonstrável. Você pode ver o progresso e o trabalho duro que os alunos colocam. Programas como ‘Reagindo ao Passado’ também têm essas qualidades.”
Sam Altman, CEO da OpenAI, expressou sua opinião sobre o uso de ferramentas de IA na escrita e como a sociedade deve se adaptar a essa realidade. Ele reconhece os desafios que essas tecnologias apresentam, mas também acredita que há benefícios significativos. Ao abordar o assunto, Sam Altman afirma:
“Vamos tentar fazer algumas coisas a curto prazo. Talvez existam maneiras de ajudar os professores a terem um pouco mais de probabilidade de detectar a produção de um sistema semelhante ao GPT, mas uma pessoa determinada vai contorná-las, e eu não acho que isso seja algo em que a sociedade possa ou deva confiar a longo prazo. Estamos em um novo mundo agora. O texto gerado é algo a que todos nós precisamos nos adaptar, e tudo bem. Nos adaptamos às calculadoras e mudamos o que testamos nas aulas de matemática, imagino. Esta é uma versão mais extrema disso, sem dúvida. Mas os benefícios também são mais extremos.”
Essa perspectiva nos lembra que a evolução tecnológica sempre traz mudanças e desafios, e cabe à sociedade encontrar maneiras de se adaptar e tirar o máximo proveito dessas inovações. Tal como aconteceu com as calculadoras, que mudaram a forma como a matemática é ensinada e testada, a IA e suas ferramentas de escrita também exigirão uma mudança na maneira como os estudantes são avaliados e como o processo de aprendizagem é conduzido.
Embora possa haver tentativas de fornecer soluções tecnológicas para detectar e prevenir o uso indevido de ferramentas de IA, como sugerido por Sam Altman, é fundamental reconhecer que essas soluções não serão infalíveis e que uma abordagem mais ampla e adaptativa será necessária. A ênfase deve ser colocada no desenvolvimento de habilidades críticas e analíticas, adaptando o ensino e a aprendizagem às novas realidades trazidas pela IA, e criando um ambiente acadêmico que incentive a integridade e o pensamento independente.
Em suma, a visão de Sam Altman nos lembra que, embora a IA possa trazer desafios significativos à autenticidade e à integridade acadêmica, também oferece um potencial enorme para melhorar e transformar a educação. Em vez de se concentrar apenas em como combater o uso indevido dessas ferramentas, é importante considerar também como elas podem ser aproveitadas para melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem e preparar os estudantes para o mundo em constante evolução que os espera.
Acredita-se que a prática de produzir textos digitalmente na escola é uma tendência pedagógica que não deve ser reprimida. No entanto, isso não significa que a escrita manual deva ser eliminada imediatamente. O processo de transição, bem como suas restrições, devem ser estabelecidos pelo plano de ensino da escola.
Atualmente, a Plataforma Redigir só permite o envio de redações digitadas mediante a aprovação do professor responsável. No ambiente digital de escrita do aluno:
A equipe da Plataforma Redigir possui corretores capacitados para detectar o plágio. Caso um texto plagiado seja identificado, a redação será considerada corrigida, sendo atribuída uma nota zero. O aluno não terá a oportunidade de solicitar o reenvio do espelho da redação.
O avanço das ferramentas de IA na escrita apresenta desafios significativos para o ambiente acadêmico. Professores e especialistas precisarão se adaptar e encontrar soluções para garantir a autenticidade e integridade dos trabalhos acadêmicos. Seja através de mudanças no processo de escrita, incorporação responsável da IA no ensino, conhecimento aprofundado da voz dos alunos ou avaliações alternativas, o objetivo final é garantir que os estudantes adquiram e demonstrem conhecimento de forma ética e eficaz.
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