O combate à corrupção e o fortalecimento da democracia brasileira constituem temas cruciais não somente para o currículo do Ensino Médio, mas também para a sociedade em geral. Esse assunto é relevante e potencialmente presente nas redações do ENEM, dado seu impacto na esfera pública e na vida do cidadão comum. Infelizmente, a corrupção, tanto em macroescala quanto em microescala, tem se tornado um fenômeno naturalizado no Brasil. A expressão “jeitinho brasileiro”, que muitos interpretam como sinônimo de desonestidade, exemplifica essa triste realidade. Esse comportamento afeta negativamente a percepção internacional do Brasil e perpetua uma imagem deturpada para aqueles brasileiros que rejeitam tais práticas.
Neste post, a discussão será estruturada em quatro blocos. Primeiramente, é fundamental entender as competências avaliativas dessa redação. Em seguida, serão apresentados o tema, repertório sociocultural e tese. Posteriormente, a argumentação será desenvolvida com base em causas e consequências da corrupção. Por fim, serão sugeridos possíveis caminhos para enfrentar esse problema e fortalecer a democracia no Brasil.
Antes de mergulharmos na discussão sobre os caminhos para conter a corrupção e fortalecer a democracia brasileira, é essencial compreender as competências avaliadas na redação do ENEM. O exame é composto por cinco competências principais, cada uma valendo até 200 pontos, totalizando 1000 pontos possíveis. A seguir, detalharemos cada uma dessas competências e forneceremos dicas práticas para alcançá-las com êxito.
Domínio da Norma Culta
Esta competência avalia a capacidade do candidato de escrever corretamente, utilizando a norma culta da língua portuguesa. Isso inclui ortografia, morfologia, sintaxe de concordância e regência, além do uso formal do idioma. É importante evitar coloquialismos, gírias e cacoetes da linguagem. A escrita formal não requer o uso de palavras difíceis; pelo contrário, a simplicidade e a clareza são fundamentais.
Compreensão do Tema, Atendimento ao Tipo Textual e Repertório Sociocultural
Aqui, o foco é garantir que o texto esteja alinhado com o tema proposto e que o tipo textual, a dissertação argumentativa, seja respeitado. Para evitar tangenciar ou fugir do tema, é recomendável utilizar a palavra ou expressão-chave do tema em cada parágrafo, buscando sinônimos para evitar repetições. A dissertação argumentativa é um texto híbrido que combina trechos informativos com argumentações. As informações devem fundamentar as argumentações, mantendo o texto predominantemente argumentativo.
Seleção, Organização e Relação de Argumentos
Esta competência verifica a habilidade de selecionar, organizar e relacionar argumentos de maneira coerente e pertinente ao tema proposto. A estrutura do texto deve ser clara e organizada, facilitando a leitura e compreensão. Recomenda-se que o primeiro parágrafo apresente o tema, antecipe os argumentos e exponha a tese. Nos parágrafos seguintes, os argumentos devem ser desenvolvidos e explorados, sempre fundamentados por um repertório sociocultural relevante. O último parágrafo é reservado para a proposta de intervenção social, que deve levantar soluções para o problema.
Mecanismos de Coesão
A coesão textual é avaliada tanto entre os parágrafos quanto dentro de cada parágrafo. No início de cada parágrafo, deve haver uma conjunção ou locução conjuntiva para garantir a coesão interparágrafos. Dentro dos parágrafos, a coesão é garantida pelo uso correto de conectores entre palavras e períodos. Evitar repetições e construir parágrafos com mais de uma frase são práticas essenciais. Além disso, é importante variar entre períodos simples e compostos para enriquecer a estrutura do texto.
Proposta de Intervenção Social
A última competência avalia a capacidade de propor soluções para o problema discutido. A proposta de intervenção deve responder às perguntas: o que deve ser feito? Quem deve fazer? Como deve ser feito? Para que deve ser feito? Um desses elementos deve ser detalhado para enriquecer a proposta. A ação, o agente, o modo e a finalidade devem ser claros e bem definidos.
Com as competências avaliativas do ENEM em mente, é hora de focar no tema central deste post: “Caminhos para conter a corrupção e fortalecer a democracia brasileira”. Este é um tema complexo que exige uma análise profunda das causas e consequências da corrupção, além da proposição de soluções viáveis. Vamos começar apresentando o tema, seguido pelo repertório sociocultural e a tese.
Apresentação do Tema
Quando se discutem os caminhos para erradicar a corrupção, é imprescindível trazer à tona dados e contextos que evidenciem a gravidade do problema no Brasil. De acordo com o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023, o Brasil ocupou o 94º lugar entre 180 países e territórios avaliados. Este dado alarmante reflete a urgência de medidas eficazes para combater a corrupção e restaurar a confiança nas instituições democráticas do país.
Repertório Sociocultural
Para enriquecer a discussão, é essencial mobilizar repertórios socioculturais que ofereçam uma compreensão mais ampla do problema. Um exemplo significativo é o filme “Tropa de Elite 2 – O Inimigo agora é outro”. Este longa-metragem retrata de forma autêntica a aliança entre políticos e milícias no Brasil, expondo as entranhas de um sistema corrupto que perpetua a violência e a desigualdade.
Outro exemplo relevante é a Operação Lava Jato, uma série de investigações conduzidas pela Polícia Federal que revelou esquemas de corrupção envolvendo grandes empresas e figuras políticas de destaque. A operação trouxe à tona a extensão e a profundidade da corrupção no Brasil, mostrando como ela está enraizada em diversas esferas da sociedade.
Tese
A tese deve refletir um ponto de vista claro e fundamentado sobre o tema. Neste caso, pode-se afirmar que “a corrupção invalida os ideais democráticos, perpetua a desigualdade social e desgasta a imagem do Brasil no cenário internacional”. Esta tese estabelece uma base sólida para a argumentação, permitindo explorar tanto as causas quanto as consequências da corrupção, além de propor soluções concretas.
Com o tema, o repertório sociocultural e a tese definidos, é hora de estruturar a argumentação. A seguir, serão listadas três causas e três consequências da corrupção no Brasil. É importante lembrar que, devido ao espaço limitado, nem todos os pontos podem ser desenvolvidos em profundidade. A escolha dos argumentos deve ser estratégica, focando naqueles que o autor se sente mais confortável para explorar.
Causas da Corrupção
Sistema Político-Eleitoral Frágil
O sistema político brasileiro, caracterizado por uma grande quantidade de partidos e a necessidade de formar coalizões para governar, cria um ambiente propício para a corrupção. Negociações e concessões ocorrem frequentemente nos bastidores, facilitando práticas corruptas.
Cultura da Impunidade
A percepção de que pessoas poderosas raramente são responsabilizadas por seus atos corruptos reforça a corrupção. Um sistema judiciário lento e, por vezes, parcial, contribui para a sensação de impunidade, perpetuando a corrupção.
Desigualdades Socioeconômicas
Altos níveis de desigualdade alimentam a corrupção, pois aqueles em posições privilegiadas exploram o sistema para manter ou aumentar sua riqueza, em detrimento do bem público.
Consequências da Corrupção
Desconfiança nas Instituições
A corrupção mina a confiança do público nas instituições governamentais e democráticas, levando ao desinteresse e à apatia política. Isso enfraquece a democracia, pois reduz a participação cidadã na vida pública.
Desvio de Recursos Públicos
Recursos destinados a serviços públicos são frequentemente desviados pela corrupção, prejudicando áreas essenciais como saúde, educação, segurança e infraestrutura. As populações mais vulneráveis são as mais afetadas por esses desvios.
Prejuízos Econômicos
A corrupção gera instabilidade nos negócios e desestimula investimentos estrangeiros, afetando negativamente o crescimento econômico do país.
Nesse quarto e último bloco, apresentamos a proposta de intervenção social, apontando caminhos para resolver o problema que nos foi colocado.
Assim:
Portanto, para resolver a corrupção, que remonta ao Brasil colonial, cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalizar, com mais celeridade e rigor, a atuação contábil, financeira, orçamentária e operacional de órgãos e entidades públicas. Isso deve ser feito por meio do efetivo da procuradoria-geral, que, diante de indícios de corrupção, deve encaminhar os responsáveis às polícias e às corregedorias, a fim de que sejam instaurados os processos investigatórios pertinentes, para apuração e final punição dos envolvidos. Por seu turno, é preciso que haja políticas afirmativas voltadas à maior transparência acerca da distribuição do orçamento público, além de testes de integridade para ingresso de servidores. Isso feito, a corrupção cederá espaço para a plena democracia.
Caso queiram conhecer, já está disponível no site uma dissertação modelo sobre esse tema.
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