Avaliações, exames e simulados Enem: neste artigo iremos discutir de maneira ampla a avaliação no contexto escolar. Você vai entender:
a) as diferenças entre os vários tipos de avaliação;
b) as características de cada um deles;
c) como e quando utilizar cada tipo de avaliação.
Antes, porém, é importante compreendermos que avaliar é um ato inerente a diversas áreas e atividades; assim, importa destacar que a avaliação encontra-se sempre dentro de um contexto maior. Há sempre uma intencionalidade por trás de qualquer avaliação, e o que determina essa intencionalidade é exatamente o processo no qual o ato de avaliar está inserido.
Posto isso, também é importante entendermos as nuances históricas que envolvem a avaliação no contexto escolar. O modelo mais comum de avaliação escolar, apoiado em testes e em provas aplicados a diversos estudantes, nem sempre foi realidade, até porque o próprio modelo escolar foi se modificando.
De modo sintético, podemos dizer que a avaliação foi implementada na escola no mesmo formato em que já ocorria em outras áreas da vida social – portanto, com forte caráter de seleção. Com a expansão da oferta escolar a partir do século XVIII, esse modelo baseado na dualidade entre retenção X seleção foi adaptado para um contexto em que se tem um número maior de estudantes por professor, ao contrário do que ocorria até então. Iniciamos, assim, a era das provas escritas, construídas a partir de um mesmo padrão para todos os estudantes.
Só mais recentemente, na virada do século XX para o XXI, é que a avaliação será movida em seus objetivos, de modo a não apenas selecionar, mas também, e sobretudo, integrar-se como parte do ato pedagógico, conforme contribuição do prof. Cipriano Luckesi. Além disso, a avaliação também ampliará seu enfoque: antes restrito ao aluno, ela passará a observar também os sistemas escolares, daí a emergência dos exames de larga escala, como os atuais Enem e SAEB.
Os tipos de avaliação têm uma classificação que os diversifica. A diferença fundamental entre eles se dá em função de sua intencionalidade. De modo geral, podemos dizer que
Como parte do ato pedagógico, a avaliação escolar é comumente dividida entre três opções, com características específicas. A avaliação diagnóstica caracteriza-se por ser aplicada sempre no início de uma etapa e por ter como objetivo identificar a condição inicial a partir da qual o trabalho pedagógico será desenvolvido. Por sua vez, a avaliação formativa é aquela que está mais intimamente ligada ao ato pedagógico. Ela é contínua e destina-se a auxiliar o professor na condução do seu trabalho com a turma. Por fim, a avaliação somativa é aquela que se destina ao final do processo e visa certificar a eficácia do trabalho pedagógico por meio do indicador mais preciso que se pode ter: a aprendizagem dos alunos.
Você pode conhecer mais sobre as características da avaliação escolar neste artigo. Aqui também há sugestões de como utilizar a Plataforma Redigir para avaliar os seus alunos conforme as características de cada um dos formatos acima tratados.
Já os exames são caracterizados por terem foco no passado. Nesses casos, o resultado não leva a ações que auxiliem a aprendizagem dos estudantes. Exames também são seletivos e, nesse sentido, se parecem muito com a avaliação de tipo somativa.
É curioso notar que, no Brasil, na entrada do século XXI, os exames também passaram a ser utilizados para a avaliação dos sistemas escolares, ganhando, assim, o formato de avaliação em larga escala, que é aquela aplicada a um universo que extrapola o da escola, a fim de se avaliar toda uma rede ou um segmento. No caso brasileiro, o exame mais famoso desse tipo é o Enem, que inclusive se tornou o nosso principal vestibular.
Você pode conhecer um pouco mais sobre a prova de Redação no Novo Enem a partir dos impactos do Novo Ensino Médio, em um dos episódios do nosso podcast Aula Magna Redigir. Clique aqui!
Por último, os simulados Enem são caracterizados por emularem, em suas características gerais, exames e provas finais. É característica desse tipo de avaliação copiar o tempo de prova, imitar o formato dos testes (tanto no que se refere ao tamanho quanto à diagramação), ter o mesmo sistema e pesos avaliativos, além de avaliar os mesmo conteúdos e habilidades da avaliação simulada. Outra preocupação dos simulados Enem é com o preparo psicológico e o condicionamento físico e estratégico do estudante para o dia do exame.
Em um dos episódios do nosso podcast Aula Magna Redigir, tratamos especificamente da prática de simulados Enem no cotidiano escolar. CONFIRA!
A escola é o locus privilegiado para a avaliação escolar. Essa máxima, um tanto quanto óbvia, precisa ser repetida e difundida, de modo a conscientizar os atores escolares acerca da importância de conhecerem a fundo a matéria. De qualquer forma, também é possível que, nas escolas, tenhamos simulados preparatórios para exames. De fato, só não é possível a aplicação propriamente dita de avaliações em larga escala, afinal a própria concepção de avaliação em larga escala leva esse tipo de prova para fora do ambiente escolar.
No que se refere à avaliação escolar, a própria subdivisão entre diagnóstica, formativa e somativa já deixa claro quando cada uma delas deve ser utilizada: a diagnóstica ocupa sempre o momento inicial do trabalho pedagógico, como o início do ano letivo; a formativa é aquela que ocorre ao longo de todo o processo; já a somativa finaliza os ciclos, por exemplo, por etapas ou anos letivos. Para cada uma dessas opções, há, sem exagero, uma infinidade de possibilidades de execução, a depender de fatores como a criatividade do professor, os recursos e as ferramentas disponíveis, o perfil dos estudantes, entre outros.
Vale destacar o fato de que se, por um lado, é possível se utilizar de diversas formas das modalidades avaliativas, por outro lado isso não nos permite deturpá-las, ou seja, o rigor metodológico é tão fundamental quanto o foco nos objetivos. Afinal, avaliar é um ato dotado de intencionalidade, por isso não existe avaliação sem que se saiba previamente o que se deseja avaliar.
Já no que se refere à prática de simulados, ainda que eles sejam frequentemente utilizados para compor a nota do período dos alunos, tal prática não é recomendável, já que isso causa impactos inclusive emocionais na forma como o estudante se submete à prova. Se nos atentarmos para a intencionalidade de um simulado Enem, talvez essa prática até mesmo nem pudesse ser classificada como avaliativa, pois sua principal função é a de preparar o estudante para um exame. Portanto, é preferível a utilização dessa prática, de fato, como preparatória; contudo, caso também se utilize o simulado Enem como avaliação, então é importante que se observe seu potencial diagnóstico, tanto para o estudante quanto para o professor. Há hoje diversas opções de ferramentas que tratam os resultados de simulados e de provas, gerando excelentes bases de dados a partir das quais se pode trabalhar.
Quer saber mais? Assine nossa newsletter, conheça estratégias para
melhoria da gestão escolar, descubra as melhores práticas
pedagógicas e alcance resultados mais satisfatórios com nossos
conteúdos exclusivos sobre Educação!
REDIGIR A MAIS LTDA. Copyright © 2021. All rights reserved.