A Pesquisa Nacional Sobre Práticas Pedagógicas em Redação* foi realizada a partir da aplicação de simulados de Redação, segundo os padrões do texto dissertativo-argumentativo do Enem, a alunos do Ensino Médio de instituições particulares. A aplicação desses simulados foi feita pelas próprias escolas participantes, que escolheram um entre os vários temas de redação que disponibilizamos na Plataforma Redigir. Cumprida essa etapa, professores de Redação e coordenadores pedagógicos, em entrevista individual à equipe pedagógica da Redigir, responderam detalhada e pontualmente a um questionário com questões relacionadas aos processos de ensino-aprendizagem de Linguagens e de Redação.
A partir das respostas e da análise dos resultados das instituições participantes (considerando-se tanto as notas médias das redações quanto os resultados por competência), cruzamos todos os dados obtidos no simulado Redigir com os microdados do Enem 2019 (disponibilizados em 2020) e, por meio do cotejamento desses resultados relativamente às declarações fornecidas pelos professores e coordenadores, procuramos identificar as práticas pedagógicas que favoreceram os melhores resultados.
No texto de hoje, que é o segundo da nossa série de quatro pílulas, veremos três conclusões que se referem à dimensão do professor e seus impactos na aprendizagem de texto na modalidade Enem. Para ler sobre a pílula 1, que aborda a dimensão da aula, clique aqui! Já para acessar a pílula 2, clique aqui!
As redações devem ser feitas durante as aulas on-line, em horário regular?
O contexto da pandemia de Covid-19 e o consequente ensino remoto certamente exigiram de todas as instituições escolares a reinvenção de meios, de estratégias e de práticas pedagógicas. Nesse cenário, procuramos identificar qual teria sido o melhor momento para a realização dos textos.
Assim, as redações que foram feitas durante as aulas on-line representaram resultados até 4,5% piores na média geral do que os textos produzidos fora do horário regular. Isso se deve ao fato de, em contextos externos à aula, os alunos terem mais tempo e mais acesso a consultas, o que geralmente eleva a média dos resultados finais. Portanto, é importante alternar a prática de produção de textos (durante a aula e fora dela) para oportunizar aos estudantes a experiência de simularem o tempo de realização do texto.
Quantos simulados de Redação devem ser realizados durante o ano?
Teste, prova, trabalho. Avaliação diagnóstica, formativa, somativa… Entre as diversas modalidades de avaliação, os simulados de Redação também precisam ter lugar garantido no cronograma escolar. Mas com qual frequência?
Os resultados das escolas que oferecem no máximo 3 simulados de Redação por ano representam uma média geral até 7,2% menor do que os resultados das escolas que oferecem de 4 a 6 simulados por ano, e 11% menor do que as que oferecem 7 ou mais simulados anuais. Por sua vez, as instituições que produzem 7 ou mais simulados por ano têm resultados em média 4% maiores do que aquelas que produzem até 6 simulados anuais. Portanto, a pesquisa confirma a correlação entre um maior número de simulados e o aumento na média geral de Redação.
A reescrita é uma prática recomendável?
Todas as vezes? Para todos os alunos? Durante todo o ano letivo? A pesquisa não se dedicou à observação de todas essas variáveis, dado o entendimento de que essas decisões cabem tão somente ao professor. Entretanto, é muito importante o destaque acerca do efeito da reescrita sobre uma competência em particular.
Escolas que adotam a reescrita como regra têm resultados 2% melhores na média geral e 4% melhores na competência 1, que avalia o domínio da escrita formal da Língua Portuguesa. Embora a pesquisa não seja conclusiva com relação aos segmentos de alunos que devam ser incentivados a reescreverem suas redações, ela indica que a reescrita é uma prática recomendável para o aprimoramento da C1, que, em geral, é a competência mais insensível a diversas práticas pedagógicas e a mais difícil de se trabalhar no curto prazo.
*É importante destacar o fato de que, em um estudo como este, cujo alcance é relativamente controlado e cujo recorte compreende estudantes de diferentes regiões do país provenientes unicamente de instituições particulares, não é possível isolar variáveis como a estrutura física das instituições, a formação dos professores, a renda familiar, entre outros fatores que influenciam decisivamente o rendimento escolar. Portanto, as hipóteses aqui apresentadas e suas relações, por um lado, precisam ser compreendidas em perspectiva, pois suas causalidades e efeitos podem não ser sempre necessários. Há, sim, por outro lado, correlações muito significativas, as quais sugerem que determinadas práticas pedagógicas estejam mais objetivamente associadas a melhores resultados.
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