“Citar” é mencionar, no curso de sua redação, fragmento de texto (ou de fala) de outra pessoa. É preciso, além de trazer o texto (ou a fala) citado entre aspas, resguardar a autoria dele e, quando possível, indicar a referência.
As citações, na produção textual, são feitas para apoiar uma hipótese, sustentar uma ideia ou ilustrar um raciocínio.
Ainda que se possa citar a qualquer altura do texto, a citação é comumente utilizada na introdução, quando o candidato utiliza-se de uma célebre opinião que ilustra/apresenta o tema.
Até quantas linhas eu posso usar para fazer uma citação na dissertação do Enem?
É certo que não existe um limite, ou seja, uma quantidade de linhas ideal para ocupar-se com citações, mas, tendo em vista que o candidato deve mostrar que escreve por conta própria, recomenda-se não ultrapassar 10% do número de linhas redigidas.
Exemplos:
Balzac certa vez escreveu: “… as mulheres veem tudo ou não veem nada, segundo as disposições de sua alma: o amor é a sua única luz.” Com razão Balzac. Faltou-lhe apenas acrescentar que as disposições da alma feminina são, a um só tempo, insondáveis e imprevisíveis. (Gislaine Buosi)
Todo dia ela faz tudo sempre igual/ me sacode às seis horas da manhã.” Com a licença de Chico Buarque de Holanda, mais acertado se transpuséssemos os verbos para o passado. Mulher-cama-mesa-e-banho já não faz parte do cenário atual. O mundo capitalista ditou o “abram alas” à mulher contemporânea, não só pela necessidade de complementação da renda familiar, mas também pela quebra de obsoletos padrões comportamentais. A presença maciça de mulheres em altos cargos públicos e privados é fato. (Gislaine Buosi)
O Estatuto da Terra, Lei de nº 4504/64, no artigo 1º, §1º, preceitua: “Considera-se Reforma Agrária o conjunto de medidas que visem promover melhor distribuição de terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade.” Entretanto, passados mais de 50 anos da promulgação do Estatuto, a panfletária justiça social, bandeira de campanha eleitoral de muitos governos, não se descolou da letra fria da lei. Estudos recentes nos dão conta de que metade das terras férteis do Brasil pertence a 1% da população, os chamados latifundiários. (Gislaine Buosi)
Primeiramente, há que se considerar que o século XX foi um período de profundas modificações dos paradigmas do homem moderno; afinal, “tudo que é sólido desmancha no ar”, já afirmava Karl Marx, em um de seus insights mais importantes. Na contemporaneidade, a solidez da família, da religião e das instituições sociais foi fundamentalmente substituída pela centralidade de um sujeito, diga-se, hiperindividualista e autossuficiente. A toda essa mudança, soma-se o ócio, conforme afirmam os estudiosos, que têm contribuído decisivamente para o aumento das psicopatologias. (Gislaine Buosi)
“Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas, e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto…” Pero Vaz de Caminha, em sua carta, descrevia características e costumes dos índios – isso há mais de meio milênio. Naquela época, quando os jesuítas desembarcaram em terras tupiniquins, havia uma tarefa empreendida: cristianizar os nativos, que então cultuavam a um deus mau – isso segundo a Igreja agonizante, haja vista as reverberações da pregação luterana. Tudo isso contribuiu para que a cultura do índio se desgastasse; em outras palavras, o índio foi vestido com trajes europeus. (Gislaine Buosi)
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