Sim. Temas ligados às questões ambientais, maiormente em meio à crise hídrica atual, nunca são esquecidos. Em 2015 houve um desastre ambiental de grandes proporções, qual seja, o rompimento da barragem do Fundão, localizada no complexo Germano, em Mariana/MG, da Samarco Mineração, afiliada à Companhia Vale do Rio Doce. Os desdobramentos do desastre têm sido notícia no Brasil e no mundo, motivo pelo qual o meio ambiente pode ser lembrado não só na próxima edição do Enem, mas também na redação de outros grandes vestibulares.
Atenção: Quando o assunto for ligado ao meio ambiente, não atribua nem a culpa nem a solução do problema exclusivamente ao poder público. Diga em que medida a sociedade civil também é responsável por isso e de que forma pode, também, ajudar a resolver o problema.
A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “Antes de desastres ecológicos, é preciso haver consciência ecológica: a preservação do meio ambiente pertence ao Estado, em geral, e a cada cidadão, em particular.”
Apresente, ao final, uma proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Não. O título do texto não nos remete à segunda coletânea de poemas de Drummond, muito embora ele mesmo tenha versejado em Brejo das almas: “tudo era irreparável./ Ninguém sabia que o mundo ia acabar…” Mal sabia o poeta – ou o profeta? – de Itabira que, quase trinta anos depois de sua morte, Bento Rodrigues, pacato distrito de Mariana, em Minas Gerais, seria notícia da primeira página do The New York Times. Contudo, não foram as cachoeiras cristalinas nem as catedrais douradas que despertaram o interesse dos jornais do mundo, mas sim um dos maiores desastres ecológicos de que se tem notícia: o rompimento de barragens da mineradora Samarco, cuja lama tóxica, ali então decantada, percorreu mais de 800 quilômetros, deixando rastros de destruição irreparável ao meio ambiente.
Uma retrospectiva: no século XVIII, os europeus, depois de haverem explorado a costa nordestina do Brasil – Bahia e Pernambuco –, percorreram o Rio São Francisco, e, assim, nossas minas foram descobertas, motivo pelo qual, naquele instante, o eixo econômico do Brasil-colônia migrou para o Sudeste. Nesses mais de 250 anos, o garimpo, aos poucos, cedeu espaço para a extração mecanizada das mineradoras, o que levou Minas Gerais a deter o terceiro maior produto interno bruto do Brasil.
Todavia, o discurso de bom superávit primário e de balança comercial positiva, responsáveis pelo salto significativo da receita nacional, ao que parece, foi manchado pela desídia da Samarco somada à conivência dos órgãos de fiscalização. O desastre ecológico veiculado pelo The New York Times amargou o Rio Doce e levou ao brejo o corpo e a alma dos mineiros. O número oficial de mortes, quase 20 – e ninguém sabia que, para esses, o mundo ia acabar em novembro de 2015. A nós, o rio de lama, a água impura, os peixes abatidos, enfim, o luto do ecossistema. Às mineradoras, uma cifra confiscada, tendente a reconstruir Bento Rodrigues. A todos, a saudade de Minas inteira.
É preciso que o Ministério Público, a Magistratura e o Ibama ajam com rigor a fim de que a Samarco, braço trincado da Mineradora Vale do Rio Doce, não só reconstrua o Distrito, mas também revitalize os mananciais, e, ao mesmo tempo, cuide para impedir novos desastres. Paralelamente, a sociedade civil deve estar atenta a ações básicas de economia doméstica, como coleta seletiva do lixo e uso racional de energia elétrica. Se a intervenção não for imediata e eficiente, Fundão terá sido só o começo do fim.
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